Medidas Compensatórias de Sistemas Ecológicos promovem ecossistema natural que envolve o Sistema Eletroprodutor do Tâmega
19 de outubro de 2020
A Declaração de Impacto Ambiental (DIA) do Sistema Eletroprodutor do Tâmega estabeleceu diferentes medidas de minimização para que fossem tidas em consideração durante a construção dos aproveitamentos. Além disso, e tendo em conta que há afeções que são inevitáveis, estabeleceu ainda várias medidas de compensação para compensar fundamentalmente do ponto de vista ecológico, os impactos deste projeto tão importante para o cumprimento dos objetivos estratégicos de Portugal na produção de energia verde.
O Plano de Compensação dos Sistemas Ecológicos é constituído por 28 medidas de compensação, que se podem definir por áreas diferenciadas como: plantações de espécies autóctones e flora protegida; aumento da capacidade de receção e disponibilidade trófica para fauna; o aumento da conectividade transversal entre a galeria ripícola e outras zonas florestais; melhoria das populações de fauna protegida; a melhoria dos ecossistemas aquáticos; a criação de micro-habitats para determinadas espécies, entre outros.
No total, a área a reflorestar e a melhorar, desde o ponto de vista da biodiversidade, é de aproximadamente 1000ha, com uma previsão de plantação de mais de 250 mil árvores e plantas. A Iberdrola tem estado a trabalhar, afincadamente, em colaboração com o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas, na elaboração de ações que fomentem o ecossistema natural destes municípios. Além disso, está a colaborar com as câmaras municipais envolventes para incluir as comunidades nestas ações e promover a contratação de empresas e associações locais.
As Medidas de Compensação de Sistemas Ecológicos projetarão a conceção de uma floresta mais variada e funcional, com a criação de corredores ecológicos, que irão permitir uma melhoria na conectividade biológica em toda a envolvente dos espaços florestais. Estes corredores vão possibilitar o deslocamento de animais de áreas isoladas, garantindo maior interação entre as populações das várias espécies e contribuindo para a sua sobrevivência, através do aumento da diversidade genética e disponibilidade de alimento.
A rearborização de sobreiros foi, paralelamente, uma medida de compensação adicional assumida com grande empenho, com o cultivo desta espécie numa área, aproximadamente, 50% maior do que a do povoamento afetada, totalizando a plantação de 18 mil sobreiros.
As ações compensatórias são também uma grande oportunidade nestes municípios, afetos ao projeto Tâmega, para a recuperação das áreas queimadas ou degradadas. A questão preocupante dos incêndios foi uma grande prioridade no desenho da recuperação da flora regional nestas áreas, com a plantação de espécies de árvores autóctones de reduzida inflamabilidade, em locais estratégicos, com o objetivo de impedir a propagação de fogos florestais.
A restauração das galerias ripícolas, ou seja, os terrenos contíguos às linhas de água, tem sido, também, um foco importante nestes trabalhos, com o objetivo de serem criadas condições para uma maior sobrevivência das várias espécies próprias deste ecossistema tão valioso. Como exemplo, a toupeira-de-água (Galemys pyrenaicus), animal que necessita de um habitat propício e requisitos particulares para prosperar, o que o torna um bioindicador, irá ser beneficiada com este processo de intervenção.
A melhoria das populações de outras espécies de fauna protegidas está ser concretizada, fruto destas medidas de compensação. Como exemplo, estão a ser realizadas ações com a borboleta Phengaris Alcon e com o mexilhão de rio Margaritifera margaritífera.
O mesmo ocorre com várias espécies de flora protegida características da zona, que estão a ser produzidas através de técnicas laboratoriais ou em viveiro e, posteriormente, serão plantadas em locais apropriados para potenciar as populações locais.
Estas medidas serão implementadas antes, durante e após as obras do Sistema Eletroprodutor do Tâmega e continuarão durante a exploração do projeto.
A sua implementação assegura a manutenção do ecossistema natural destas localidades e o renascimento melhorado de toda a fauna e flora autóctones. Através de um redesenho da flora local toda a região vai ganhar uma nova atratividade, uma vez que a vertente ambiental ficará mais valorizada e atrairá as atenções dos amantes da natureza para estas localidades.
